domingo, 30 de janeiro de 2011

Deus, Uma Piada ou O Evangelho Segundo Fernando - Prefácio e Capítulo 1

DEUS RI?

Muitos cristãos já me disseram que COM DEUS NÃO SE BRINCA! É verdade, eu concordo!... Principalmente de “pique - esconde”: ele sempre ganha!... Nunca foi encontrado!... Contar piadas para Deus então, nem pensar! Deus nunca ri, salvo uma exceção: a Bíblia diz que Deus rirá daqueles que ele atormentará! (Salmo 2:4; Deuteronômio 28:63) É verdade! Deus, se existir, provavelmente é o único ser inteligente no universo incapaz de rir de uma piada engraçada. E não é porque ele não consegue entender a piada, e sim porque é onisciente e já sabe o final da piada desde o começo, o que anula o seu efeito surpresa que, ao ser processado no cérebro, este responde ao estímulo na forma de uma risada ou gargalhada. A não ser, é claro, que Deus use a sua “onipotência” para suspender temporariamente a sua “onisciência”. Aí, sim, Deus seria capaz, ao menos em tese, de dar risadas, estimulando, por conseguinte, as endorfinas no cérebro responsáveis por aquela agradável sensação de bem estar.
...

AUTORIZAÇÃO ESPECIAL

Eu, o Deus Jeová dos Exércitos, o criador dos céus, da Terra e de tudo o que neles há, (menos as porcarias que surgiram por acaso e eu não tive nada a ver com o peixe) senhor excelso de todas as potestades dos reinos celestiais, o lindo, maravilhoso, gostoso, aquele cara fodão que possui todas as melhores qualidades em escala infinita, (e eventualmente alguns pequenos defeitos como ira, ciúme, crueldade, vingança, homofobia, machismo e omissão de socorro, embora eu sempre livre o meu da reta botando a culpa nos seres humanos) “apenasmente” a autoridade suprema de todo o universo, bem como de todas as dimensões nele existentes e outras que eventualmente venham a ser criadas por mim, por outros deuses imaginários ou até, quem sabe, pelo Supra-Deus, AUTORIZO ao Sr. Fernando Thomazi, escritor ateu militante, (ateu só por enquanto, viu, gente!? Deixa ele cair aqui no céu pra ver se eu não curo o ateísmo dele! E ateísmo, comigo, vocês já sabem, eu curo na base do cacete!) a publicação da minha biografia em estilo humorístico intitulada “Deus, Uma Piada ou O Evangelho Segundo Fernando”, de forma integral, tendo em vista que os cortes e a censura já foram devidamente efetuados por mim. E ai daquele que tentar proibir ou dificultar a publicação dessa obra! Tá f... na minha mão! O fulminarei com meus irresistíveis flatos flamejantes em poucos segundos!

Céu, 1º de abril de 2010.

_______Deus
_________________
______Deus

TABELIÃO CELESTIAL DE NOTAS E DE
PROTESTO DE LETRAS E TITULOS

Reconheço por autenticidade a firma de Deus

Céu, 1º de abril de 2010.
Em testemunho da verdade.

______Miguel
________________
___Anjo Miguel


PREFÁCIO
(essa é a única parte do livro que não tem a menor graça)

POR QUE DAMOS RISADA?
PEQUENA INTRODUÇÃO À ARTE DO RISO

Segundo o neurocientista americano Robert Provine, da Universidade de Maryland, “em anedotas engraçadas, o final quebra a sequência lógica dos fatos, surpreendendo o ouvinte e provocando o riso.” (revista Mundo Estranho nº 90, Ed. 08/2009) Em outras palavras, “engraçado” é algo que quebra o padrão comum e lógico com o qual estamos acostumados. Por exemplo, é comum as pessoas andarem naturalmente pelas vias públicas. Uma pessoa que tropeça e cai representa uma quebra momentânea deste padrão. Nosso cérebro, então, responde ao estímulo na forma de uma risada. O mesmo acontece com a narrativa ou um diálogo escrito. Contar as histórias bíblicas de maneira fiel ao narrado na Bíblia Sagrada é uma forma didática de aprender, mas não tem muita graça. Agora, tente imaginar que, em vez de o Espírito Santo ter engravidado Maria, o próprio Deus, em pessoa, plagiando a história do deus Zeus, da mitologia greco-romana, tivesse se materializado na forma humana e tivesse com Maria uma linda noite de amor da qual nasceria o salvador da humanidade. Acharíamos isso engraçado justamente devido à quebra da familiaridade bíblica com a qual estamos acostumados. Mas, com “o quê” podemos fazer piadas? Qual o limite de uma piada? A maioria dos cristãos acha engraçadas as piadas de São Pedro, de padre, ou mesmo as que envolvem Jesus ou Deus, o pai dele. Então, por que algumas piadas envolvendo religião são tão engraçadas para uns e motivo de ofensa e ódio para outros? Onde estará o limite entre uma piada religiosa saudável e inofensiva e a piada que ofende o sentimento religioso das pessoas? Confesso que não é fácil encontrar esse limite! Eu já li a Bíblia inteira e percebi que algumas histórias dariam ótimas piadas. São situações bíblicas engraçadas tão óbvias que certamente mais de uma pessoa deve ter imaginado a mesma coisa. O que tentei fazer neste livro foi uma singela e humilde crítica à religião através do humor, muitas vezes “non-sense”, imaginando personagens bíblicos em situações alternativas e inusitadas, fazendo disso um saudável exercício para reflexão. Não estou defendendo nenhuma tese nova de como realmente aconteceu a história. A proposta é bem mais modesta. Vou tentar explicar com exemplos. Se Jesus, em vez de carpinteiro, fosse ginecologista, como você o encararia? Você considera a profissão de ginecologista algo imoral ou antiético? Logicamente que não! Milhares de mulheres no mundo todo devem sua saúde e vida a esses importantíssimos profissionais da área da saúde! Então, a rigor não haveria nenhum impedimento moral ou ético para que Jesus tivesse exercido esta profissão que é tão digna e louvável quanto qualquer outra. Você deixaria de seguir os ensinamentos de Jesus se ele tivesse sido ginecologista? E se ele fizesse exame de toque retal contra o câncer de próstata, embora não precisasse, mas o fizesse apenas para nos dar o bom exemplo de cidadão consciente e prevenido? Jesus, se quisesse, também não precisaria trabalhar, comer, tomar banho... Mas, o fez para nos servir como exemplo de cidadania e higiene. Portanto, o mesmo raciocínio deveria ser aplicado quanto ao exame de próstata ou à profissão de ginecologista. E se Jesus fosse a favor do casamento gay? Ou ainda, e se o próprio Jesus fosse gay? Por favor, não me entendam mal, não estou afirmando, mas apenas conjecturando! Será que seus ensinamentos teriam menos valor se Jesus fizesse ou fosse qualquer uma dessas coisas que eu acabei de citar? Claro que não! Muito pelo contrário! Se Jesus declaradamente reconhecesse a homossexualidade como algo digno e legítimo, o preconceito e a intolerância contra essa classe de pessoas com certeza seria muito menor do que foi durante os últimos milênios! Eu, sinceramente gostaria que os religiosos, especialmente cristãos, não se sentissem ofendidos, nem interpretassem o meu livro como intolerância religiosa. Espero que a minha proposta possa ser compreendida corretamente, como um saudável exercício para refletir e rever velhos conceitos. Quero deixar registrado aqui todo o meu respeito e admiração pelos verdadeiros cristãos, aqueles que toleram opiniões diferentes e aceitam brincadeiras com o objeto de suas crenças. Particularmente tenho inúmeros amigos cristãos e religiosos, considero a Bíblia Sagrada um excelente livro de ficção misturada com histórias de povos reais, de onde se pode aprender verdadeiras lições de moral (sem ironias!). Eu gostei particularmente dos 5 primeiros livros do Antigo Testamento, e dos 4 evangelhos, embora estes sejam repetitivos. Confesso que me emocionei ao ler a história de Jesus direto da Bíblia. É uma história muito bem elaborada e envolvente, com elementos extremamente emocionais, capazes de emocionar praticamente qualquer leitor, inclusive “a mim” que sou ateu. Não é por acaso que a Bíblia é o maior best seller de todos os tempos, e com todos os méritos! Seria de uma imbecilidade tremenda privar as pessoas de ter acesso a um livro tão maravilhoso. A única coisa triste nesta história é que, justamente devido ao seu atributo “sagrado”, inquestionável e dotada de um respeito exagerado acima de qualquer outra hipótese apresentada, milhões de pessoas cometeram inúmeras injustiças, guerras e intolerâncias, tudo em nome de um deus para o qual não temos nenhuma outra evidência exceto a alegação bíblica. Qualquer alegação que receba um status de “sagrado” ou “inquestionável” é perigosa justamente porque a atitude estimulada nas pessoas é a de submissão e passividade, sem permitir a elas rever conceitos constantemente, sempre que a nossa realidade se transforme. A Bíblia, na minha humilde opinião, é o 2º melhor livro da história. Em 1º lugar vem “O Pequeno Príncipe”, de Saint-Exupéry. Confesso que chorei lendo a história da personagem Jesus, mas, pelamordedeus, não contem isso aos meus amigos ateus, senão, desta vez, quem vai virar motivo de chacota sou “eu”! EH-EH!... Adoro música gospel! Adoro filme com temática gospel, onde o personagem ateu só se ferra no final! A graça desses filmes está no fato de o ateu ser retratado exatamente ao contrário de como eu me sinto como ateu. Na verdade, o atributo ateu é quase irrelevante na avaliação do caráter de uma pessoa. Você não usa a crença em gnomos ou fadas como critério para determinar se uma pessoa tem caráter ou ética, assim como uma pessoa não deveria ter seu caráter julgado baseado na crença ou não de um ou mais deuses. Existem motivos racionais de sobra para sermos altruístas e termos caráter sem a necessidade de crença em nenhum deus imaginário. Originalmente escrito para entretenimento de ateus, o presente livro, nesta versão, foi cuidadosamente reestruturado de modo a divertir também os cristãos! Este foi o meu objetivo aqui, onde não medi esforço algum e acredito ter encontrado o limite de respeito devido. O resultado obtido representa o máximo de respeito que eu consigo dedicar às histórias da Bíblia. Imprimir mais respeito ainda equivaleria a anular todo o efeito humorístico do livro resultando num mero livro dissertativo. Sinceramente, eu espero que após ler este livro você se sinta motivado a ler a Bíblia Sagrada na íntegra. Você se surpreenderá com a riqueza literária daquele livro. Obviamente nem tudo o que escrevi neste livro segue fielmente a passagem bíblica que serviu de inspiração. Mas, tomei o cuidado de mencionar a localização do texto bíblico em questão (entre parênteses) sempre que a narrativa for fiel à versão bíblica. Provavelmente nem todos os cristãos irão achar graça nas histórias aqui narradas, uma vez que já se acostumaram com o respeito exagerado atribuído aos personagens da mitologia judaico-cristã! Portanto, se você é um cristão fervoroso, que se ofende facilmente, então, por favor, não se aventure a ler este livro! Leia a Bíblia em sua versão tradicional como sugeri agora a pouco! Além disso, você cristão, talvez possa encarar este livro como o cumprimento de uma importante profecia bíblica, sobre os “escarnecedores”: “Primeiro vocês precisam saber que nos últimos dias vão aparecer homens dominados pelas suas próprias paixões. Eles vãos zombar (escarnecer) de vocês, dizendo: ‘Ele prometeu vir, não foi? Onde está ele? Os nossos pais morreram, e tudo continua do mesmo jeito que era desde a criação do mundo... Porém, o Dia do Senhor chegará como um ladrão. Naquele dia os céus vão desaparecer com um barulho espantoso, e tudo o que há no Universo será queimado. A terra e tudo o que existe nela vão sumir.” (2 Pedro 3:3, 4 e 10 - A Bíblia na Linguagem de Hoje) Agora eu pergunto: como é possível ler este finalzinho e não cair na gargalhada??? É claro que talvez o universo como o conhecemos se transforme totalmente num “Big Crunch”, mas isto, se acontecer, será daqui há uns bons bilhões de anos pelo menos e não dentro de algumas décadas. Bem, numa coisa eu tenho de concordar, o escritor bíblico foi esperto em perceber o absurdo que escreveu e já previu que o pessoal iria cair na gargalhada. Ele deve ter pensado mais ou menos assim: “Bem, vou escrever algumas profecias mais ou menos previsíveis como guerras, pestilências e fome, mais algumas totalmente fantásticas e subjetivas para dar margem a várias interpretações, e para garantir, vou prever os escarnecedores, pois na pior das hipóteses, pelo menos esta última profecia eu acerto com certeza.”


SOBRE O NOME DO LIVRO

É óbvio que o título Deus, Uma Piada é uma referência e homenagem ao livro Deus, Um Delírio, do biólogo e ateu militante Richard Dawkins. Livro que eu tive o prazer de ler com o mesmo entusiasmo de quem ganhou um brinquedo novo, ao mesmo tempo divertido e útil. Alguns cristãos me disseram que acharam o título agressivo ou ofensivo. Mas, eu gostaria de tentar remover essa má impressão justificando o título da seguinte forma: trata-se de um livro biográfico de Deus e ao mesmo tempo apresenta um estilo humorístico. Portanto, qual o título lhe parece mais óbvio? Deus, Uma Piada, claro! O Deus do título não é o Deus de Einstein (as leis da física que regem o universo) nem o Deus de Spinoza (a harmonia do universo). O Deus que eu particularmente acho engraçado e que é alvo das minhas críticas é a “caricatura” que se criou sobre um suposto Deus através da história. Um Deus supostamente amoroso, mas que extermina crianças queimando-as vivas para castigar os pais delas é tão absurdamente incoerente que eu não consigo esboçar nenhuma outra reação a não ser o riso! É isto o que eu quero dizer, e apenas isto, com o título Deus, Uma Piada. Às vezes eu me pego tentando calcular “quanta fé” é necessária para que uma pessoa, não apenas acredite que possa haver um deus com tais atributos, mas que o ame, o adore e faça uma total apologia a ele pelos quatro cantos do planeta. (quatro cantos como figura de linguagem, claro!) Ora, se Dante Alighieri pode escrever um livro que mais tarde se chamou A Divina Comédia sem causar nenhuma polêmica, então por que eu não poderia publicar um com o título Deus, Uma Piada? O subtítulo O Evangelho Segundo Fernando é uma referência direta aos textos bíblicos, que as pessoas consideram sagrados, mas que para mim não passam de um bom romance, muito instrutivo sob certos aspectos, mas que mistura história de povos antigos com mitologia de qualidade, e que, evidentemente, rendem boas piadas.


SOBRE A CAPA DO LIVRO

A capa do livro é uma paródia com a pintura A Criação de Adão, de Michelangelo, a qual faz parte dos gigantescos afrescos no teto da capela Sistina, pintados entre os anos 1508 e 1512, hoje tidos como sua obra-prima em pintura e, dentre os quais, o mais notável é a citada A Criação de Adão. (Enciclopédia Barsa, Edição de 1990, volume 11, verbete Michelangelo, pág. 53) De maneira belíssima o artista retratou Deus criando o primeiro ser humano através do simbólico gesto da união dos dedos indicadores. Originalmente a paródia na capa simbolizava a rejeição de Adão à autoridade divina, ao comer do fruto proibido, através do levantar do dedo médio, este um gesto quase universal para demonstrar a rejeição a alguém ou algo. Não é o tipo de gesto que eu particularmente faria a um suposto Deus justo e perfeito! Mas, ciente de que nem todos os cristãos compreenderiam seu real significado e propósito, e num gesto de profundo respeito àqueles que eventualmente se sentiriam ofendidos com a paródia da capa, nesta versão Adão apenas sustenta sobre o punho fechado uma doce e delicada borboleta. E é apenas “isto” o que o desenho representa! Desconheço o autor da paródia na capa, pois o mesmo foi retirado da Internet através da barra de busca do Google. Provavelmente o desenho não tem direitos autorais, tendo em vista tratar-se de uma paródia com uma obra de arte de domínio público. Mas, se eventualmente o autor da paródia reivindicar direitos, eu teria o imenso prazer em creditar sua autoria nas próximas edições da presente obra.


SOBRE A INSPIRAÇÃO PARA O LIVRO

Foram 3 as minhas grandes inspirações para a composição deste livro: a Bíblia Sagrada, que eu tive o prazer de ler de capa a capa durante 3 meses e meio; o blog Jesus Me Chicoteia, do jornalista agnóstico Marco Aurélio Gois dos Santos e Nietzsche, filósofo alemão e ateu militante. Os textos do Jesus Me Chicoteia são tão engraçados e me surpreenderam de tal forma que eu simplesmente estudei sua técnica de composição e até me permiti à audácia de tentar melhorá-la um pouco mais ou, a partir dela, criar o meu próprio estilo. E para aqueles que eventualmente consideram agressivos ou ofensivos alguns textos do meu livro, eu não posso deixar de mencionar o livro O Anticristo, de Nietzsche, disponível em qualquer livraria e biblioteca pública. Reproduzo aqui alguns trechos para vocês perceberem que o meu nível de ofensa, se é que podemos considerá-lo ofensivo, não chega aos pés do que um dia escreveu o citado filósofo...

“Que se infere disso? Que convém vestir luvas antes de ler o Novo Testamento. A presença de tanta sujeira faz disso algo muito aconselhável. Tão pouco escolheríamos como companheiros os “primeiros cristãos” quanto os judeus poloneses: não que tenhamos a necessidade de lhes fazer objeções... Ambos cheiram mal. - Em vão procurei no Novo Testamento por um único traço de simpatia; nele não há nada que seja livre, bondoso, sincero ou leal. Nele a humanidade nem mesmo dá seu primeiro passo ascendente - o instinto de limpeza está ausente... Apenas maus instintos estão presentes, e tais instintos nem ao menos são dotados de coragem. Nele tudo é covardia; tudo é um fechar os olhos, um auto−engano. Após ler o Novo Testamento qualquer outro livro parece limpo.” (O Anticristo, capítulo 46 - Friedrich Wilhelm Nietzsche)

“O que nos distingue não é nossa incapacidade de encontrar Deus, nem na história, nem na natureza, nem por detrás da natureza - mas que consideramos tudo que foi honrado como sendo Deus, não como algo “divino”, mas lastimável, absurdo, nocivo; não como um simples erro, mas como um crime contra a vida... Negamos que esse Deus seja Deus... E se alguém nos mostrasse esse Deus cristão, ficaríamos ainda menos inclinamos a crer nele. - Numa fórmula: Deus, qualem Paulus creavit, Dei negatio. (O Deus que Paulo criou é a negação de Deus) - Uma religião como o cristianismo, que não possui um único ponto de contato com a realidade, que se esfacela no momento em que a realidade impõe seus direitos, inevitavelmente será a inimiga mortal da “sabedoria deste mundo”, ou seja, da ciência - nomeará bom tudo que serve para envenenar, caluniar e depreciar toda disciplina intelectual, toda lucidez e retidão em matéria de consciência intelectual, toda frieza nobre e liberdade de espírito. A “fé”, como um imperativo, veta a ciência - in praxi (na prática), mentir a todo custo... Paulo compreendeu muito bem que a mentira - que a “fé” - era necessária; e posteriormente a Igreja compreendeu Paulo. - O Deus que Paulo inventou, um Deus que “reduz ao absurdo” a “sabedoria deste mundo” (especialmente as duas grandes inimigas da superstição, a filologia e a medicina), é em verdade uma indicação da firme determinação de Paulo para realizar isto: dar o nome de Deus à sua própria vontade.” (O Anticristo, capítulo 47 - Friedrich Wilhelm Nietzsche)

“Com isto concluo e pronuncio meu julgamento: eu condeno o cristianismo; lanço contra a Igreja cristã a mais terrível acusação que um acusador já teve em sua boca. Para mim ela é a maior corrupção imaginável; busca perpetrar a última, a pior espécie de corrupção. A Igreja cristã não deixou nada intocado pela sua depravação; transformou todo valor em indignidade, toda verdade em mentira e toda integridade em baixeza de alma. Que se atrevam a me falar sobre seus benefícios “humanitários”! Suas necessidades mais profundas a impedem de suprimir qualquer miséria; ela vive da miséria; criou a miséria para fazer−se imortal... Por exemplo, o verme do pecado: foi a Igreja que enriqueceu a humanidade com esta desgraça! - A “igualdade das almas perante Deus” - essa fraude, esse pretexto para o rancor de todos espíritos baixos - essa idéia explosiva terminou por converter−se em revolução, idéia moderna e princípio de decadência de toda ordem social - isso é dinamite cristã... Os “humanitários” benefícios do cristianismo! Fazer da humanitas (humanidade) uma autocontradição, uma arte da autopoluição, um desejo de mentir a todo custo, uma aversão e desprezo por todos instintos bons e honestos! Para mim são esses os “benefícios” do cristianismo! - O parasitismo como única prática da Igreja; com seus ideais “sagrados” e anêmicos, sugando da vida todo o sangue, todo o amor, toda a esperança; o além como vontade de negação de toda a realidade; a cruz como símbolo representante da conspiração mais subterrânea que jamais existiu - contra a saúde, a beleza, o bem−estar, o intelecto, a bondade da alma - contra a própria vida... Escreverei esta acusação eterna contra o cristianismo em todas as paredes, em toda parte onde houver paredes - tenho letras que até os cegos poderão ler... Denomino o cristianismo a grande maldição, a grande corrupção interior, o grande instinto de vingança, para o qual nenhum meio é suficientemente venenoso, secreto, subterrâneo ou baixo - chamo−lhe a imortal vergonha da humanidade. E conta−se o tempo a partir do dies nefastus (dia nefasto) em que essa fatalidade começou - o primeiro dia do cristianismo! - Por que não contá-lo a partir do seu último dia? - A partir de hoje? - Transmutação de todos os valores!... (O Anticristo, capítulo 62 - Friedrich Wilhelm Nietzsche)

“Se o cristianismo tivesse razão em suas teses acerca de um Deus vingador, da pecaminosidade universal, da predestinação e do perigo de uma danação eterna, seria um indício de imbecilidade e falta de caráter não se tornar padre, apóstolo ou eremita e trabalhar, com temor e tremor, unicamente pela própria salvação... pois seria absurdo perder assim o benefício eterno, em troca da comodidade temporal! Supondo que se creia realmente nessas coisas, o cristão comum é uma figura deplorável, um ser que não sabe contar até três, e que, justamente por sua incapacidade mental, não mereceria ser punido tão duramente quanto promete o cristianismo!” (Friedrich Wilhelm Nietzsche)

Eu não posso deixar de mencionar ainda um caso “dentro da própria Bíblia” em que a personagem Sara, mulher de Abraão, deu risada depois de ouvir o próprio Deus falar que ela iria engravidar de Abraão, tendo ela 90 anos de idade. (Gênesis 18:10-15) Será que Deus se sentiu ofendido? Do que se depreende do texto bíblico, não deu a mínima! Simplesmente demonstrou aquilo que ele estava alegando ou prometendo a ela e respeitou o riso sincero de sua serva. É claro que pouco importa se essa história aconteceu de fato ou não. O que nos interessa é a mensagem que o escritor bíblico tentou nos passar com ela: a tolerância com piadas sobre religião e o humor com as coisas consideradas sagradas para algumas pessoas. Portanto, é possível sim fazer piada de qualidade com as histórias e personagens da Bíblia, com ética e respeito, de preferência quando a piada envolve uma crítica social, pois Deus, se existir e tiver a mesma atitude que teve em relação a Sara, certamente abençoa as pessoas de bom humor. Hoje, os religiosos e supersticiosos em geral (o que é uma redundância) se referem a Deus como se ele fosse uma propriedade delas: “Não riam do meu deus!” “Parem de fazer troça da minha religião!” “Respeitem a mitologia em que eu acredito!”... Mas, se refletirmos honestamente na questão, vamos perceber que, quando fazemos piadas sobre Deus, em tese, a única pessoa que tem o direito de se sentir ofendida e reivindicar eventuais danos morais é o próprio Deus, não seus adoradores! Isso mesmo! O “ofendido” é quem tem o direito de reivindicar algum suposto dano moral, não terceiras pessoas. Ou você acha que Deus, lá do céu, deve dizer para as suas ovelhinhas assim: “Ih, gente, olha lá! Estão ridicularizando a minha imagem! Eu não posso aparecer e tomar satisfações pessoalmente! Portanto, arregassem as manguinhas, vão lá e me defendam, sim!? O que seria de mim sem vocês para defender a minha honra!” Quando os teístas compram a briga e assumem a posição de defender a imagem de Deus, sem perceber, eles dão a impressão de que Deus não é capaz de se defender sozinho. Coitado de Deus, ele deve ser tão fraquinho que precisa que religiosos façam mutirão para defender a sua honra. Percebeu? Vamos analisar um pouco mais a questão da ofensa a Deus. Tentem acompanhar o meu raciocínio. Apenas para tomarmos um exemplo, suponhamos que eu “mande Deus tomar naquele lugar”. Será que Deus se sentiria ofendido com isso? Um ser humano, certamente, salvo algumas exceções quando os envolvidos são amigos e se permitem esse tipo de brincadeira. Mas, e quanto a Deus? Que tipo de reação esperaríamos daquele que supostamente é o ser inteligente mais poderoso do universo? Se “eu” fosse Deus e alguém me mandasse tomar naquele lugar, eu, muito provavelmente, nem sequer daria atenção, quanto mais me sentir ameaçado ou ofendido de alguma forma. Gente, estamos falando da reação de um ser “onipotente”, não de um ser humano!!! A simples idéia de que um Deus todo poderoso possa se sentir ofendido por uma frase ou um gesto, seja qual for, é ridícula! Não pode haver nada que eu ou você diga que atinja a Deus de alguma forma: NADA! Vou dar um exemplo disso. Imaginem que alguém diga: “Que Sol insignificante, que não vale nada! Vai se danar, seu Sol desprezível!” Agora pergunto: quem, em sã consciência, seria capaz de comprar a briga em defesa da honra e da moral do astro rei, que por si só, com sua própria existência, pura e simplesmente, já é capaz de tornar nula a suposta ofensa sugerida??? Notem que a tentativa de denegrir a imagem do astro rei não tem qualquer efeito. Naturalmente as pessoas estão convencidas de que o Sol é indispensável ao surgimento e manutenção da vida no planeta Terra. Não será necessário mover uma palha sequer em defesa de sua imagem! Vou repetir: “NEM UMA PALHA SEQUER!!!” Se um Deus pessoal, como a Bíblia sugere, realmente existisse e fosse todo poderoso, ele jamais precisaria de um único ser humano sequer para defender sua reputação, sua honra, sua moral! Vou repetir: “NEM UM ÚNICO SER HUMANO SEQUER!!!” Nenhuma guerra santa travada em defesa do cristianismo ou de outras religiões jamais poderia ter sido ordenada por um Deus onipotente, uma vez que o próprio Deus, em tese, teria poder de sobra para ele mesmo resolver de maneira pacífica todo e qualquer conflito que eventualmente surgisse no planeta. Todas as guerras religiosas, sem nenhuma exceção, satisfizeram interesses puramente humanos, em defesa de um Deus fictício, imaginário, mitológico, usado unicamente para tentar justificar a aquisição de poder, território e dominação. Até mesmo o fato de nenhum Deus jamais ter intervindo em nenhum desses conflitos sangrentos nos serve de prova mais que suficiente de que não existe nenhum Deus pessoal dotado de sentimentos e emoções análogos aos dos animais da espécie humana. Não há nenhum Deus que se importa conosco! A existência do mal prova isso! Voltando à analogia do Sol, supondo que Deus é infinitamente mais poderoso do que a nossa estrela, e admitindo-se que o Sol não precisa de defensores de sua reputação, então qualquer idiota é capaz de concluir que Deus igualmente não precisa que ninguém o defenda de qualquer ataque, ou piada, ou argumento contra sua suposta existência! Agora, se admitirmos que o Deus da Bíblia é uma engenhosa invenção da imaginação humana, e que alguns homens um pouco mais espertos que os demais resolveram se aproveitar da superstição da época e organizar um livro com leis e regras atribuídas a esse suposto Deus... Então, neste caso, essa crença seria muito frágil e sua manutenção somente seria possível impondo-se à força, censurando qualquer argumento contrário, matando, massacrando e sistematicamente eliminando qualquer resquício que pudesse abalar essa frágil e insustentável crença do ponto de vista racional. Por esta perspectiva, é perfeitamente compreensível que piadas sobre Deus e outras mitologias da Bíblia sejam encaradas, por religiosos fundamentalistas, como uma ameaça à manutenção dessa crença. Como não há um Deus forte o bastante, ou com competência suficiente para se defender sozinho, a única alternativa viável e realmente eficiente é seus adoradores defenderem por meios honestos e desonestos a “crença” nesse Deus. Quando digo meios desonestos, me refiro à guerra, à violência física e à censura por proibição da livre expressão do pensamento, especialmente na forma de arte. Quando digo meios honestos, me refiro à contra-argumentação racional e manifestação artística sem a censura sistemática de nenhum dos lados. Esta é a verdadeira democracia na qual eu acredito. Com este texto, espero tê-lo convencido a não tentar censurar esta obra pelos meios desonestos que mencionei há pouco. Você tem todo o direito de não gostar das informações aqui registradas, de não achar a menor graça, de não concordar com nada do que eu disser nessa obra humorística. Mas, eu espero que, pelo menos, numa coisa você concorde comigo: nós devemos manifestar nosso descontentamento de forma honesta, justa, democrática, sem censura pura e simplesmente. Contra-argumente livremente, manifeste o seu descontentamento, aponte “o que” você não gostou na obra, critique, exponha o seu ponto de vista, justifique o “porque” de você não concordar com o que foi escrito aqui. Mas, faça-o de maneira “cristã”, de forma honesta! Sei que pareço repetitivo e peço desculpas por insistir nesse assunto, mas essa é uma questão que eu considero importante demais para correr o risco de que ela não seja compreendida corretamente. Talvez seja o caso de você não estar acostumado com atitudes racionais, e simplesmente pense: “Não gostei e simplesmente não quero que este livro circule por aí!”... Mas, estou apelando para que você reflita racionalmente na sua própria atitude. Perceba! Ela equivale exatamente a permissão de os ateus demonstrarem a mesma atitude (em tese): “Não gostei da Bíblia e não quero que este livro circule por aí!”... É claro que nenhum ateu com bom senso argumentaria desta forma, mesmo porque estamos falando de um excelente livro de ficção e história, que merece ficar em nossas estantes, ser conhecido, lido e o mais importante, refletido, enquanto houver humanidade. Estamos falando de uma democracia, que leva em consideração o direito e a vontade de todos.


SOBRE O ASPECTO LEGAL DA OBRA

Com o fim de evitar eventuais mal-entendidos ou interpretações equivocadas quanto à legalidade da presente obra, transcrevo a seguir alguns artigos da Constituição de 1988 e do Código Penal Brasileiro que tratam especificamente sobre a liberdade de expressão e dos crimes contra o sentimento religioso. Em seguida farei uma análise para esclarecer se este livro realmente fere alguma lei ou está respaldado por ela. Vejamos o que diz a nossa Constituição de 1988:
TÍTULO II
Dos Direitos e Garantias Fundamentais

CAPÍTULO I
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS

IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;

Vejamos agora o que diz o nosso Código Penal Brasileiro:

TÍTULO V

Dos Crimes Contra o Sentimento
Religioso e Contra o Respeito aos Mortos

CAPÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA O SENTIMENTO RELIGIOSO

Ultraje a culto e impedimento ou perturbação de ato a ele relativo
Art. 208 - Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso:
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
Parágrafo único - Se há emprego de violência, a pena é aumentada de um terço, sem prejuízo da correspondente à violência.

Note que os artigos selecionados da Constituição de 1988 parecem manifestar alguns pontos a meu favor. Vejamos: “é livre a manifestação do pensamento”, (é o que estou fazendo neste livro) “é inviolável a liberdade de consciência e de crença”, (é inviolável o meu direito de ser ateu, de discordar da religião e, o mais importante, o de manifestar livre e democraticamente essa opinião) “ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica”, (convicção filosófica claramente sugere o ateísmo e agnosticismo, uma vez que estes não são crenças religiosas) “é livre a expressão da atividade artística, independentemente de censura”. (outro não é caso neste livro, pois se trata de uma crítica usando como veículo o humor, uma das formas de arte)
Em relação ao Código Penal, vejamos se meu livro realmente fere o artigo 208 em algum aspecto: “Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa”, (não é o caso nesta obra, uma vez que não se trata de denegrir a imagem de pessoas físicas e reais, com existência comprovada, e sim uma crítica usando personagens fictícios da Bíblia, ou de existência duvidosa. Algumas vezes, no entanto, faço referência a figuras públicas atuais, mas estas estão sujeitas à crítica humorística sem que isso signifique denegrir suas imagens) “impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso”, (não é o caso e faço questão de constar aqui que não apóio nenhum tipo de impedimento ou perturbação a cultos religiosos) “vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso” (este é o ponto mais controverso, e que, por este motivo, merece uma reflexão mais cuidadosa. Dedicarei um parágrafo só para ele logo abaixo)
Eis a questão: o que significa “vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso”? O verbo “vilipendiar”, a rigor, significa tratar com menosprezo, de modo vil. No Brasil, há alguns anos, tivemos um exemplo disso, quando o Bispo Von Helder, da Igreja Universal do Reino de Deus, chutou uma imagem de Nossa Senhora numa TV aberta em plena madrugada de sexta-feira santa. O que ele fez foi, no mínimo, antiético. Note que assistir a tal atitude (chutar a santa) não permite ao católico refletir sobre suas crenças particulares. Antes, apenas promove uma reação de hostilidade em relação ao Bispo. Por outro lado, será que alguém que emite uma opinião publicamente, dizendo que “a história de Adão, Eva e a serpente falante no paraíso ocorrido há 6.000 anos não passa de uma fábula, um mito de criação”, está “menosprezando” um objeto de culto? Ora, até mesmo cristãos verdadeiros manifestam essa opinião, uma vez que tal hipótese bíblica é contrária a teoria da seleção natural de Darwin. Ou seja, dizer que a idéia de uma serpente falante num paraíso é ridícula e digna de riso, isso significa menosprezar a fé de quem acredita nessa história literalmente? E que tal dar risada de alguém que acredita que Elvis Presley não morreu? Será que isso é menosprezar a crença sincera desse fã? Reflitam comigo. Suponhamos que Deus tivesse se materializado na forma humana para engravidar Maria do menino Jesus. Vejam bem, não estou afirmando que foi assim, estou apenas especulando a hipótese para preparar um argumento! Agora, pergunto: Por que tal hipótese teria maior poder de denegrir a imagem de Deus do que a alegação bíblica de que Deus queimou vivas todas as crianças de Sodoma e Gomorra para castigar os pais delas? Uma alegação que atribui a Deus um crime hediondo contra a humanidade, isto sim é que deveria ser motivo de protestos e não a minha hipótese especulativa! Não há nada de imoral em um Deus que se materializa e faz amor como nós humanos, a exemplo dos deuses greco-romanos, mas eu considero extremamente imoral e antiético um Deus supostamente queimar organismos humanos ainda com vida, especialmente crianças, que nem ao menos sabem o motivo de tamanha crueldade e covardia! Isso, é claro, se admitirmos como verdadeira a alegação bíblica, o que, a rigor, não temos como ter certeza. Afinal, quanto respeito devemos às hipóteses religiosas sobre a nossa realidade e nossa história remota? Um respeito acima das demais hipóteses igualmente ou mais prováveis? A religião é realmente digna e merecedora de mais respeito do que qualquer outra hipótese em qualquer campo da ciência? Não seria esse “respeito” totalmente arbitrário e herdado de uma época em que a religião reinava absoluta como hipótese para a nossa realidade em detrimento da ciência que engatinhava a duras penas tentando encontrar espaço para concorrer com essas hipóteses religiosas? Bem, o que eu estou propondo aqui é que nós devemos sim respeitar as crenças religiosas, mas esse respeito não pode ser exagerado. A religião não pode estar imune à crítica, bem como nenhuma outra alegação ou hipótese defendida. Embora, à primeira vista, este livro possa parecer ofensivo a algumas pessoas, por mais cautela e prudência que eu tenha tomado, a verdade é que ele visa apenas a entreter através do humor puro, simples e inofensivo! Não tem nenhum propósito de estimular o ódio, nem a violência, nem a intolerância! Pelo contrário, eu acredito no humor como forma saudável de manifestar uma crítica construtiva à religião, crítica literária ao livro chamado Bíblia, no sentido de estimular as pessoas a refletirem melhor nas hipóteses religiosas a que foram ensinadas a acreditar desde a infância e eventualmente a concluírem que, deuses, anjos, fadas, demônios, serpente falante e a jumenta falante de Balaão, são fábulas e apenas isso! Lindas histórias com uma proposta moral para refletirmos, se preferirem, mas ainda assim possuem todos os elementos das fábulas de outras mitologias! Minar a autoridade da religião, especialmente do cristianismo, em seu ponto mais fraco, ou seja, as fábulas bíblicas oriundas da mitologia judaico-cristã, equivale a descentralizar esse poder, promover um mundo mais laico, ético, democrático, tolerante, racional e menos supersticioso!...
...

CAPÍTULO 1

NO PRINCÍPIO, O DEUS OCIOSO
(EU NÃO DISSE “VAGABUNDO”)
CRIA A SI MESMO “Y OTRAS COSITAS MÁS”


No princípio não havia nada: nem o princípio, nem o nada. Só para você ter uma idéia, naquela época nem “Deus” existia ainda! É, Deus... O quê?... Ah, tá brincando!... Não me diga que nunca ouviu falar dele!?... Tá bom, vou explicar... Aquele cara invisível que mora num condomínio de luxo em algum lugar do céu ainda não explorado, que nunca fala com a gente e de vez em quando resolve atender algum pedido nosso, desde que o pedido não seja muito difícil nem muito elaborado, como regenerar uma perna amputada, por exemplo. Na verdade, só vale pedir de câncer para baixo. Nem perca seu tempo pedindo para regenerar membros amputados, separar gêmeos siameses, curar Síndrome de Down, regenerar queimaduras de 3º grau, fazer anão crescer, curar instantaneamente obesidade mórbida, cárie nos dentes, nada disso! Ah, também precisa estar em dia com o carnê do dízimo, porque esse cara é chato pra essas coisas. Ele anota tudo num caderninho! (Malaquias 3:8b-11) Lembrou quem é Deus? Ficou fácil agora, hein!?... Bem, voltando à história, na verdade, Deus apenas existia na forma de um sonho, mas “existir, existir” mesmo que é bom nada!... Dito de outra forma, Deus foi a primeira pessoa a ter fé na sua própria existência. Num desses sonhos ele pensou consigo mesmo: (claro que foi consigo mesmo, idiota, não havia mais ninguém lá... Dããã!)
- Quer saber, já cansei de “não existir”! Ah, sei lá, essa minha “não existência”, tão desprovida de significado, está me matando aos poucos!... É... bate aquela sensação de vazio por dentro, como se eu fosse um nada, sabe... tipo assim, cadê eu, pô?! CADÊ “EU”???... Pra mim, chega! Vou me criar-me a mim mesmo! (Não olhe para mim! Ele disse isso antes de existirem as regras gramaticais!)
E assim, após uma longa e eterna soneca, (entenda bem, “eterna” ao contrário, regressiva, para trás... tsc, ah, você entendeu!) Deus acorda às 11 horas da manhã, dá aquela espreguiçadinha gostosa, bocejando e limpando a remela dos olhos, levanta, vai até a geladeira e apanha o que parecia ser uma cerveja Antártida gelada. (ele detesta Brama, porque Brama é o deus do hinduísmo e Deus é adepto do cristianismo, ou melhor, ele é católico apostólico romântico não praticante... O que foi? Claro que é “não praticante”, pois Deus nunca foi visto na missa, não reza e não dá o dízimo na igreja) Bem, é claro que antes ele teve de dizer:
- Faça-se a cerveja!
E a cerveja se fez. Deus experimentou uma golada e viu que a cerveja era “Boa”... em vez de “Antártida”. E disse Deus:
- Dane-se! Vai essa mesma!
Dizendo essas expressivas palavras de forma tão eloquente, ele ajeita a coroa na cabeça sobre as longas madeixas brancas e encaracoladas tipo Maria Bethânia, (acreditem se quiser, mas Deus já nasceu velho) veste o seu par de pantufas feito de nuvens de algodão, se acomoda na “poltrona do papai” (também estofada com nuvens de algodão) em frente à sua TV digital com controle remoto para ver o que estava passando, (na verdade, ele muda de canal com a força do pensamento) percebe que só havia estática em todos os canais, dá graças a Deus de ainda não terem inventado o Big Bosta Brasil e finalmente se dá conta de que não era possível haver programação uma vez que ele não havia criado nada ainda, exceto aquela b... de cerveja! Entediado, decidiu tirar mais um cochilo rápido de um milênio. Como todo mundo sabe, para Deus, mil anos são como um dia apenas. (Salmos 90:4) Acordou novamente, ainda sob o efeito da ressaca do milênio anterior e, como estava à toa na vida, na maior vagab..., digo, ociosidade, sem fazer porcaria nenhuma durante todo esse milênio, teve um estalo como quem diz:
- Ah, que tédio! Tá muito chato isso aqui! Cada vez que eu falo a minha voz faz ECO... ECO... ECO... pelo vazio do nada e não tem ninguém para ouvir a minha linda voz! Ninguém para me adorar, me louvar, me bajular, me puxar o saco em troca de “cura de doença que eu mesmo coloquei” ou das “delícias inimagináveis e eternas numa suíte presidencial superluxo com hidromassagem numa praia paradisíaca no mundo encantado do paraíso celestial”, (dizendo isso, Deus fez uma pausa para retomar o fôlego, pois disse a frase numa tacada só, sem vírgula) enfim ninguém para massagear gostoso o meu ego divino... Quer saber, ser um Deus sem adoradores é um pé no saco que eu vou te contar! Pelamordemimmesmo, viu!?
Assim, Deus, de repente, sob o silêncio absoluto do nada, começou a ouvir uma voz interior, sussurrando lá dentro das dimensões de sua caixa craniana... Era a voz da sua consciência, ou melhor, do seu “deus” interior, que dizia:
- Deus!? (“você”, não eu!)... Por que você não larga mão de ociosidade e faz alguma coisa que preste, seu inexperiente?! Tipo, criar algum universo por aí, nem que seja um meia-boca?!... Anda logo, mexa esse traseiro gordo e vai lá criar o universo, seu b... mole! Tô mandando!
Assim, dando ouvidos à sua voz interior, Deus resolveu ir à feira cósmica, mas pensou:
- Puxa vida! Que burro que eu sou! Esqueci que eu sou onipresente. Eu não posso ir à feira, porque eu já estou lá. Ou melhor, estou lá, aqui e em todo lugar ao mesmo tempo. Vou te falar uma coisa, viu!? Esse negócio de ser “onipresente” é f... digo, difícil! Porque se um dia eu resolver fugir de casa, eu to ferrado!
...

Deus, Uma Piada ou... O Evangelho Segundo Fernando (Fernando Thomazi - 2010)

Você ainda acredita num Deus que “supostamente” foi capaz de queimar crianças vivas em Sodoma e Gomorra para castigar os pais delas?!... Então, está na hora de você rever os seus conceitos! Leia...

Contracapa do livro: Já se perguntou... E se Jesus, em vez de carpinteiro, fosse ginecologista? E se ele tivesse feito exame de toque retal apenas para nos servir de exemplo? E se ele fosse adepto do auto-erotismo? E se ele tivesse um romance com Maria Madalena para sentir na pele não apenas o sofrimento humano, mas também os prazeres e sentimentos igualmente humanos? Ou seja, por que o sofrimento é algo mais moral e louvável do que o romantismo entre homem e mulher? E se Abraão tivesse desobedecido à ordem de Deus de tirar a vida de um ser humano inocente, no caso, seu filho Isaque? E se Jó tivesse blasfemado contra Deus, após uma terrível sessão de tortura com ferro em brasa? E se os bombeiros de Sodoma e Gomorra tivessem se esforçado até o último fôlego de vida para salvar o maior número possível de crianças de serem queimadas vivas por Deus?... Você não acha que já está na hora de rever alguns conceitos? Eu não acharia imoral um deus ter se materializado na forma humana e feito amor com uma mortal para conceber um semideus... Mas, eu acharia extremamente imoral e antiético Deus ter queimado crianças vivas em Sodoma e Gomorra para castigar os pais delas... se isso realmente tivesse acontecido! Originalmente escrito para simples entretenimento de ateus, este livro, nesta versão, foi totalmente reestruturado de modo a torná-lo engraçado especialmente para cristãos. Com ele eu não pretendo ofender ou desrespeitar nenhum sentimento religioso, mas apenas imaginar situações alternativas e inusitadas para alguns personagens bíblicos mais conhecidos, fazendo disso um saudável exercício para reflexão, usando o humor como veículo. Por exemplo, se Jesus tivesse defendido o casamento gay e seu reconhecimento como algo digno e legítimo, será que teríamos tantos casos de intolerância e assassinato contra homossexuais nos últimos milênios? Afinal, não é exatamente “isso” que significa amar ao próximo como a si mesmo? Permitir que as pessoas sejam felizes à sua própria maneira... Enfim, acredito que a mitologia judaico-cristã merece o mesmo respeito que os deuses de todas as demais mitologias. Por isso, nenhum personagem mitológico sofreu maus tratos durante a composição desta obra. (Fernando Thomazi)

“Deus, Uma Piada não conseguiu me surpreender! Totalmente previsível! Agora, se isto tem a ver com a minha onisciência, aí eu já não sei dizer! Lembrando que eu apenas autorizei a publicação da minha biografia versão humorística, porque o Fernando, apesar de ateu, tem bom coração.” (Deus)

Orelhas do livro: Este livro representou, para mim, um desafio: Como fazer crítica à religião com humor e ao mesmo tempo de maneira ética e respeitosa? A religião deve mesmo ser considerada o único campo do conhecimento humano imune à crítica irreverente? Na minha humilde opinião, toda crítica é válida quando ela possui um propósito positivo. Quando ataco a figura de Deus, não estou atacando o Deus de Einstein (leis da física que regem o universo) nem o de Spinoza (a harmonia do universo), os quais representam conceitos coerentes de um Deus não pessoal. Mas, que dizer da alegação bíblica de que Deus supostamente “queimou crianças vivas em Sodoma e Gomorra para castigar os pais delas”? Será mesmo possível que um deus amoroso, todo poderoso e todo sabedoria não seria capaz de imaginar um método pedagógico de ensino menos violento e muito mais ético e moral do que o proposto pela Bíblia? Qualquer idiota pensaria em algo melhor! Se realmente existisse um Deus justo e perfeito, seria uma tremenda imbecilidade não reverenciá-lo! Apresentem-me um Deus coerente, ético e moral e eu serei o 1º a admirá-lo por seus próprios méritos e não por uma ordem que eu deva seguir cegamente ou sob ameaça de punição eterna! É a “alegação fantástica e absurda” sobre Deus que é engraçada! Portanto, o alvo principal da minha crítica é a “caricatura” formada sobre Deus através da história, e não a pessoa de Deus em si mesma, seja ele quem for ou o que quer que este nome represente! Esta é uma diferença importante, que merece ser salientada, para que o meu leitor não seja induzido ao erro. Por exemplo, se eu lhe dissesse que o verdadeiro Deus é o Monstro Espaguete Voador Gigante que nos promete um vulcão de cerveja para todos no paraíso pós-morte, qual seria sua reação? Naturalmente cairia na risada. Esta é a exata reação que eu espero provocar nos meus leitores ao considerarem um suposto deus que: ordena o massacre de povos inteiros ao fio da espada, (incluindo mulheres grávidas, crianças e bebês de colo!) para tomar a terra deles; afoga ou queima crianças vivas (dilúvio e Sodoma e Gomorra); cria leis homofóbicas (inclusive com pena de morte!); permite escravidão e cria um inferno de fogo para castigar eternamente as pessoas que “tão somente” duvidaram de Sua existência! (Marcos 16:16) E tudo isso em vez de simplesmente puxar uma cadeira e discutir o assunto conosco de maneira ética, polida e civilizada. Seja honesto! Depois de ser apresentado a um deus com tais atributos, você seria capaz de esboçar qualquer outra reação a não ser um riso puro e sincero?

Fernando Thomazi nasceu em Campinas/SP em 1976, é servidor público estadual, possui diversas formações, cursa pedagogia e é ateu desde os 15 anos de idade. Autor de centenas de obras literárias, todas inéditas, este livro representa sua estréia como escritor, abordando o delicado tema da crítica à religião com humor.

SUMÁRIO

AUTORIZAÇÃO ESPECIAL - pg. 12
PREFÁCIO: POR QUE DAMOS RISADA? PEQUENA INTRODUÇÃO À ARTE DO RISO - pg. 13
SOBRE O NOME DO LIVRO - pg. 16
SOBRE A CAPA DO LIVRO - pg. 16
SOBRE A INSPIRAÇÃO PARA O LIVRO - pg. 17
SOBRE O ASPECTO LEGAL DA OBRA - pg. 22
1 - NO PRINCÍPIO, O DEUS OCIOSO (EU NÃO DISSE “VAGABUNDO”) CRIA A SI
MESMO “Y OTRAS COSITAS MÁS” - pg. 27
2 - DEUS VAI À FEIRA CÓSMICA E LEVA A SUA PRÓPRIA SACOLA BIODEGRADÁVEL - pg. 29
3 - DEUS, SEM MANUAL DE INSTRUÇÕES DO UNIVERSO, DEMORA 6 DIAS PARA
CRIÁ-LO - pg. 33
4 - DEUS ESQUECE QUE É ONISCIENTE E TESTA A OBEDIÊNCIA DE ADÃO E EVA PARA
“DESCOBRIR” QUE BICHO QUE DÁ - pg. 43
5 - DESEMPREGADOS, ADÃO E EVA DECIDEM COMER O PÃO QUE O DIABO
AMASSOU PARA ACOMPANHAR O RESTO DA TORTA DE MAÇÃ PROIBIDA - pg. 53
6 - DEUS PERCEBE A PORCARIA QUE VIROU A SUA CRIAÇÃO E TENTA FAZER UNS
REMENDOS MEIO “NAS COXAS” ENQUANTO NÃO MANDA UM SALVADOR DA HUMANIDADE - pg. 55
7 - OS ANJOS, AO VEREM AS MULHERES DA TERRA, FICAM “ENTUSIASMADOS”, SE
MATERIALIZAM NA FORMA HUMANA E SAEM NA NIGHT PARA CATAR MULHER - pg. 57
8 - DEUS, NUM ACESSO DE FÚRIA DESCONTROLADA E SEM CAMISA DE FORÇA,
DECIDE MATAR TODO MUNDO AFOGADO, INCLUSIVE OS PEIXES (xiiiii!!!) - pg. 63
9 - COMO DEUS HAVIA PROMETIDO A NÓE DE NUNCA MAIS DESTRUIR O MUNDO COM
ÁGUA, RESOLVEU PEGAR LEVE DESTA VEZ: DESTRUIU SODOMA E GOMORRA COM FOGO E ENXOFRE APENAS! - pg. 71
10 - LÓ, JÁ NA SECA HÁ VÁRIOS DIAS, DECIDE FAZER UM MENAGE-A-TROIS COM AS
2 FILHAS - pg. 77
11 - DEUS TESTA A FÉ DE ABRAÃO PARA SABER O QUANTO ELE É IDIOTA - pg. 81
12 - MOISÉS DIVIDE O MAR VERMELHO E RECEBE O OSCAR DE EFEITOS ESPECIAIS - pg. 89
13 - OS 617 MANDAMENTOS VERSÃO ORIGINAL SEM CORTES, DOS QUAIS, DEPOIS
DE PASSAR PELA AVALIAÇÃO DO CONSELHO DE ÉTICA, RESTARAM APENAS OS 10 MANDAMENTOS MELHORZINHOS - pg. 103
14 - MOISÉS EM: A DURA JORNADA DE TRABALHO NUM DIA DE GUERRA “SANTA” - pg. 119
15 - JOSUÉ, O AMESTRADOR DE SOL - pg. 123
16 - COMO O TESTE DE ABRAÃO FOI INCONCLUSIVO, DEUS DECIDE PEGAR JÓ
“PARA CRISTO” DESTA VEZ (UMA ESPÉCIE DE AQUECIMENTO ANTES DA VINDA DE JESUS) - pg. 125
17 - ELISEU E SEU REVOLUCIONÁRIO MÉTODO PEDAGÓGICO DE ENSINO:
FAZER DUAS URSAS DESPEDAÇAR 42 MENINOS - pg. 139
18 - CALMA, PESSOAL! JESUS SÓ FOI ALÍ DAR UMA SALVADINHA RÁPIDA NO MUNDO
E VOLTA JÁ! - pg. 143
19 - UM AMORZINHO GOSTOSO REALMENTE DIVINO - pg. 145
20 - AS AVENTURAS DO ESPERMATOZÓIDE JESUS EM BUSCA DO ÓVULO SAGRADO
DE MARIA - pg. 151
21 - JESUS É PARIDO E REALIZA O SEU 1º MILAGRE: NASCER DE PARTO NORMAL
E AINDA PRESERVAR A VIRGINDADE DE SUA MÃE - pg. 155
22 - JESUS: UM EXEMPLO A SER SEGUIDO! (ELE FAZ EXAME DE PRÓSTATA TODOS
OS ANOS) - pg. 159
23 - JESUS É TENTADO NO DESERTO. MAS TENTAÇÃO MESMO É A MARIA MADALENA...
Ô COISA BOA! - pg. 161
24 - JESUS, “O MÁGICO”, ENSINA A PEDRO O TRUQUE DE ANDAR SOBRE AS ÁGUAS - pg. 163
25 - JESUS, CAPITÃO DO TIME, PISA FEIO NA BOLA - pg. 167
26 - JESUS, O “MÁGICO”, REÚNE PÚBLICO PAGANTE PARA A MÁGICA DA
MULTIPLICAÇÃO
DE NOTAS DE R$ 100,00 COM MESMO NÚMERO DE SÉRIE - pg. 169
27 - A PARÁBOLA DO BOM ATEU - pg. 175
28 - JESUS E O SERMÃO DO MONTE. TEM ESSE NOME POR CAUSA DO “MONTE”
DE “COISAS” QUE ELE FALOU LÁ! - pg. 179
29 - MARIA MADALENA, A VERDADEIRA PAIXÃO DE CRISTO, FAZ JESUS CAIR EM
PECADO. MAS, COMO JESUS É DEUS, ELE SE AUTO PERDOA PARA ESCAPAR
DO INFERNO - pg. 183
30 - JESUS ENSINA A ORAÇÃO DO PAI-NOSSO VERSÃO POLITICAMENTE
CORRETA - pg. 189
31 - A SANTA CEIA ONDE JESUS É CARINHOSAMENTE COMIDO PELOS
APÓSTOLOS (“COMIDO” DE MANEIRA SIMBÓLICA, É BOM LEMBRAR!) - pg. 191
32 - JESUS ABRE O BERREIRO NO JARDIM DO GETSÊMANI: PAI, SOME COM ESSE
CÁLICE DA MINHA FRENTE! - pg. 203
33 - JESUS TOMA UM CACETE BEM DADO - pg. 207
34 - JESUS NA CASA DOS ARTEIROS: QUEM DEVE DEIXAR A CASA, JESUS OU
BARRABAS? - pg. 213
35 - JESUS NO CALVÁRIO. NO CALVÁRIO VERDADEIRO, E NÃO AQUELA PIADINHA
INFAME COM A MARIA MADALENA - pg. 221
36 - JESUS RESSUSCITA AO 3º DIA, MAS PÕE O RELÓGIO PARA DESPERTAR COM
MEDO DE PERDER O HORÁRIO - pg. 231
37 - JESUS, O FANTASMINHA CAMARADA, APARECE PARA OS APÓSTOLOS - pg. 235
38 - JESUS SE AVENTURA EM SER MOCHILEIRO E VOLTA PARA O CÉU DE CARONA
NO DISCO VOADOR (E PEDIU POLTRONA COM JANELINHA, PODE!?) - pg. 241
39 - DE VOLTA AO CÉU... NÃO HÁ LUGAR NO UNIVERSO IGUAL À CASA DA GENTE! - pg. 247
40 - ENTREVISTA EXCLUSIVA COM DEUS (A IGREJA UNIVERSAL E A REDE GLOBO
DEVEM ESTAR SE MORDENDO DE INVEJA!) - pg. 253

Dados do Livro
Livro: Deus, Uma Piada ou... O Evangelho Segundo Fernando (versão censurada)
Autor: Fernando Thomazi
Lançamento: 2010 (1ª edição janeiro/2011)
Editora: Gráfica Foca – Amparo/SP
Registro ISBN: 978-85-63474-08-7 (confira o livro no site da Biblioteca Nacional)
Nº de páginas: 272
Peso: 420 gramas
Formato: 15 x 21 cm
Papel miolo: Pólen Bold 90g/m²
Papel capa: Cartão Supremo 250g/m²
Exemplares no estoque: 254

Como Adquirir:

Através de depósito bancário no Banco do Brasil S/A, seguido de entrega em qualquer lugar do Brasil pelo Correio.
Valor do Livro: R$ 25,00.
Valor do registro postal: R$ 10,00 para todo o Brasil.
Acima de 1 exemplar eu faço o preço de custo: R$ 20,00 + registro postal (sob consulta).
Entre em contato com o autor pelo e-mail: fernando.thomazi@itelefonica.com.br
, ou adicione o mesmo e-mail no MSN (apenas amigos!) para tirar dúvidas e receber o número da conta corrente onde deverá ser efetuado o valor do depósito (valor do livro + registro postal). Assim que eu receber a confirmação do depósito, enviarei o livro o mais rápido possível. Para aqueles que ficaram curiosos, mas não estão dispostos a comprar, não se preocupem! Na próxima postagem estarei disponibilizando o 1º capítulo na íntegra. Mais a frente estarei disponibilizando o e-book completo para download. Aguardem!

Abaixo, outros links onde o autor pode ser encontrado (para obter referências do mesmo): Minha página no Youtube Minha página de arquivos diversos para download aqui. Comunidade do Orkut (criada por mim) "Por Que Deus Ñ Cura Amputados?" Comunidade do Orkut criada em minha homenagem: Sou Fã de Fernando Thomazi