sexta-feira, 29 de março de 2013

Coluna Observatório Ateu, by Fernando Thomazi (Jornal O Serra-Negrense, Ano 2, nº 16, Janeiro/2012)


 Fernando Thomazi 
        
OBSERVATÓRIO ATEU

                             
 As Magras Que Me Desculpem,  Mas Gordura é Fundamental!

                                                                       

...E não estou me referindo aqui ao sobrepeso ou à mulher “cheinha”. Falo da mulher gorda mesmo, de verdade! O fato de a mulher gorda ser objeto de desejo de milhões de homens espalhados pelo mundo (entre os quais me incluo) não tem nada de bizarro. Prova disto está na quantidade de vídeos, sites, revistas, inclusive eventos com desfiles feitos exclusivamente com mulheres gordas. Nos EUA elas são conhecidas pela sigla BBW (Big Beautiful Women - mulheres gordas e lindas, em tradução livre, termo criado por Carole Shaw em 1979 quando ela lançou a BBW Magazine (http://en.wikipedia.org/wiki/Big_Beautiful_Woman), ou SSBBW (Super-Size Big Beautiful Women - mulheres gordas e lindas tamanho super). Já os homens atraídos por elas, lá, são conhecidos pela sigla FA (Fat Admirers - admiradores de gordinhas, em tradução livre). No Brasil, o termo mais popular é o Plus Size (tamanho grande) usado principalmente para designar modelos acima do peso (http://www.gmaravilhosas.com/). Eu tinha 9 anos de idade quando assisti pela TV ao filme “A Ilha das Cangaceiras Virgens”, chanchada de 1976, (ano em que nasci!) onde a atriz Wilza Carla, na época com 130 kg, tenta agarrar um rapaz que foge pela janela. Aquela cena me marcou e a considero a causa de eu ser um admirador de gordinhas hoje. Em 1994, na extinta videolocadora “Video Magic” (Orlando) aluguei o filme “Sexo da Pesada” (Bad Mama Jama and the Fat Ladies of the Evening, de 1988, que teve a sequência “Uma Revolta da Pesada - Bad Mama Jama Busts Out”, 1989). É a história de um bordel onde todas as mulheres são supergordas, exceto a faxineira, que era magrinha, destacando-se a atuação da atriz Layla LaShell (160 kg). Em 1991, Teighlor, a atriz mais gorda do mundo (450 kg) estrelou o filme “Freak Show – Taras Bizarras”. Nos EUA vale destacar as revistas “BUF”, “Plumpers and Big Women” e “Big Butt”. No Brasil apenas a revista “Rudolf” merece menção, que circulou no final dos anos 1980 e começo dos anos 1990, onde sempre uma “Certinha da Rudolf” diferente estampava a página central. No Orkut existem literalmente centenas de comunidades destinadas a admiradores de gordinhas. E aqui vai a minha explicação particular para a atração por mulheres gordas: uma diferença entre o corpo do homem e da mulher é que o homem possui mais massa muscular do que gordura, e a mulher mais gordura do que massa muscular. Com efeito, quanto mais massa muscular um homem tiver, mais masculinizado ele parecerá. Enquanto que, por analogia, na percepção de um admirador de gordinhas, quanto mais gordura (atributo feminino), mantidas as devidas proporções corporais, mais atraente uma mulher lhe parecerá. Particularmente o bumbum, coxas, quadril e seios. É como se a gordura na mulher destacasse, valorizasse ou exagerasse tais atributos femininos.É claro que tudo é uma questão de percepção do cérebro humano, ou seja, a maneira como ele está focando o corpo da mulher. Desta forma, para um FA, a mulher gorda transmite a impressão de conforto, maciez, abundância e feminilidade. Neste caso, até mesmo a celulite passa a ser um charme extra. Enquanto que, para quem gosta de mulher magra, o foco está no aspecto da aptidão física e saúde, também percebidos pelo cérebro de maneira subjetiva. Considero importante mostrar um universo pouco explorado pela mídia que é a existência dos admiradores de gordinhas, transmitindo a mensagem de que a mulher não deve ficar se martirizando para conquistar um corpo “perfeito” (entre aspas mesmo), uma vez que sempre haverá olhos para elas tenham o peso que tiverem. Particularmente falando, me considero uma pessoa de muita sorte (acaso positivo) por ter realizado o sonho de todo admirador de gordinhas, qual seja, ter me casado com uma BBW que aceitou compartilhar sua vida comigo, espero que, pelo resto da vida. Um beijo, Gi!