domingo, 13 de novembro de 2011

Revista Atheos - Entrevista com Fernando Thomazi



A Revista Atheos foi criada por Julia Magalhães, Fernanda Barreto e Maurílio Carvalho, durante o TCC do curso de jornalismo na instituição de ensino Unisanta. Excelente proposta, que visa, acima de tudo, informar e esclarecer sobre o mundo do ateísmo e o que há de melhor sobre o livre pensamento antigo e atual. Agradeço aqui, especialmente à Julia Magalhães pela oportunidade de ser entrevistado nessa revista e poder contribuir, mesmo que maneira singela, para essa grande iniciativa. Parabéns! Abaixo, vocês podem visualizar a revista Atheos on line.

Revista Atheos on line aqui

20 comentários:

Anônimo disse...

Eu conheço muitos ateus para dizer com absoluta certeza que VOCÊ NÃO É UM ATEU!!!!!!! Um verdadeiro ateu não perde tempo discutindo sobre algo que não lhe interessa ou não acredita, o que você faz é justamente o contrário. Existem duas explicações para seu caso: 1ª- Você tem 34 anos e está cursando Pedagogia de acordo com seu perfil então você com certeza é uma pessoa frustrada e infeliz que passa sua medíocre vida falando mal de tudo:Deus, o padeiro da esquina, Lady Gaga, seu salário medíocre, enfim tenho vários colegas psicólogos que podem te ajudar a olhar para a vida com com mais alegria e não perder tempo sendo infeliz 2ª- você cresceu vendo crentes e interiormente não entende como são pessoas felizes e de bem pra vida e na verdade você só quer ser como eles, ser feliz.
Hoje procurar ajuda psicológica é tão normal quanto ir ao dentista, não é coisa de doido, procure um profissional para te ajudar e seja feliz, ter uma religião também ajudará nisso (cientificamente provado).

Fernando Thomazi disse...

Caríssimo "Anônimo" (post de 17.11.2011)... Muitíssimo obrigado por me avisar de que "EU NÃO SOU ATEU"! Realmente eu não tinha percebido em mim essa importante informação a meu respeito! Você foi apenas omisso no tocante ao "O QUE EU SOU?" Pois você só me disse "o que eu NÃO sou". Você diz que está trabalhando com "2 explicações para o meu caso" (sic) ou 2 hipóteses de trabalho. Eu gostaria de, modestamente, opinar que, para uma eficiente pesquisa científica, você poderia ampliar um pouco mais as hipóteses formuladas. Por exemplo, já lhe ocorreu que eu sou apenas um ser humano como outro qualquer que busca aprender sobre tudo, se diverte com com alegações supersticiosas e religiosas (o que é uma redundância, claro!) e ironiza religiosos que não sabem argumentar racionalmente? Pois é, taí mais uma hipótese de trabalho para você adicionar à sua lista! Boa noite para você, meu querido!

Jesus disse...

Respondeu com categoria e elegegância, Fernando!
Tapa de luvas!

Jesus disse...

*Elegância

Fernando Thomazi disse...

Obrigado, Jesus! Para mim é uma honra receber a visita do salvador da humanidade! Veio sozinho ou com a família inteira? (Jeová, Espírito Santo, Maria, Madalena, os apóstolos, os anjos, querubins, serafins, etc)

Felipe disse...

Olá, Fernando Thomazi... Se Deus não existe não fomos programados para pensar, o nosso pensamento (inclui-se a razão) é mero subproduto de reações físico-químicas provenientes do acaso, então na ausência de Deus, por que depositar confiança na razão?

Fernando Thomazi disse...

Olá, Felipe! Nossos atos são produtos da nossa consciência. Desenvolvemos um grande poder de empatia (sentir o que o outro sente). Dizer que somos "mero subproduto de reações fisico-quimica provenientes do acaso" é subemestimar nosso potencial! Na verdade o acaso não trabalha sozinho. O que impulsiono o desenvolvimento de qualquer coisa viva chama-se "seleção natural"! Assim como corpos físicos estão sujeitos à lei da gravidade e outras leis físicas, organismos vivos também estão sujeitos à lei da seleção natural. Não sei se respondi à sua pergunta, mas sinto que devo dizer que parece existir uma vantagem evolutiva quando ao alcançar um nivel maior de consciência, aprendamos a conviver em sociedade, criando regras de convívio que envolvem ética, honestidade, respeito! Estimular a ética nas pessoas e tentar garantir que ela seja praticada por leis, facilita muito a nossa sobrevivência como grupo, assim como fazem formigas e abelhas! Até a próxima!

Anônimo disse...

Olá, Fernando Thomazi... Não me referi aos nossos atos, nem à ética em si, e sim à racionalidade. O ponto é: Se somos fruto do Big Bang e da seleção natural, que não são entes racionais nem nos programou para raciocinar, qual o fundamento da crença, na cosmovisão ateísta, na veracidade da racionalidade humana?

Felipe

Fernando Thomazi disse...

Acho que basicamente você perguntou: "Por que somos racionais?" Você está buscando significado no porque de as coisas serem como são, o que basicamente é "filosofar". É parecido com: "Por que existe a cor vermelha? Por que existe algo ao invés de nada? São questões difíceis de abordar. Na questão da racionalidade, o melhor que podemos fazer é constatar que tudo o que envolve organismo vivo é resultado da seleção natural que demorou bilhões de anos para obter os melhores resultados. Mas, se formos buscar significado em tudo, vamos regredir até chegar no Big Bang como a grande causa de tudo. E o problema se encerra aí! O que causou o Big Bang? Nada! Perguntar o que causou só faz sentido se houver o elemento tempo envolvido na pergunta, e como o próprio tempo surgiu com o Big Bang, não existe um "antes" do Big Bang, portanto, este evento é a causa (origem) de todas as demais coisas (inclusive do tempo) mas não existe nada que tenha causado o Big Bang. Se preferir, podemos dizer que o Big Bang é ao mesmo tempo sua causa e seu efeito! Voltando a questão da racionalidade, eu não saberia responder "por que existe a seleção natural ao invés de não existir", mas uma vez que constatamos sua existência, podemos explicar o fenômeno da racionalidade de maneira natural, um processo que direciona a vida para a complexidade, e racionalidade é algo complexo, um aglomerado enorme de células nervosas capazes de processar uma quantidade absurda de informações. Isso é racionalidade! Até mais!

Anônimo disse...

Fernando Thomazi... Você não respondeu à minha pergunta, nem sequer a compreendeu, eu perguntei: "[No ateísmo] Qual a garantia de que a nossa racionalidade não é ilusória, uma vez que não fomos programados para raciocinar?" É uma questão relativa à natureza do processo de conhecer (na filosofia, uma questão "epistêmica").

Felipe

Fernando Thomazi disse...

Vou responder objetivamente: Nenhuma garantia! Se a racionalidade é ou não ilusória para mim tanto faz, eu não induzido naturalmente a concluir que existe um Deus pessoal manipulando tudo isso! Precisamos um certo cuidado ao usar as palavras. Na verdade fomos programados para raciocinar, mas pela seleção natural, que teve tempo o bastante para conseguir esse resultado surpreendente!

Felipe disse...

Resposta ao Fernando Thomazi, sobre a questão do Big Bang, que eu deixei passar, você não pode dizer "Tudo que passou a existir teve uma causa." e aí quando chegar no uvinerso abondonar essa premissa, as premissas não são como táxis que você usa até chegar onde quer e aí os abandona. Se tudo que passou a existir teve uma causa, o universo tem que ter uma causa. O universo ser a causa de si mesmo? Mas para isso ele teria que "existir antes de eixstir" isso é logicamente impossível, algo não pode "existir e não existir ao mesmo tempo e sob o mesmo ponto de vista". Na cosmovisão ateísta não nenhuma garantia de que a racionalide humana corresponde à realidade, então como o ateu vai usar a razão para dizer que não há Deus? Programar significar que você tem consciência do que está a fazer, a seleção natural não é um ente racional, portanto, não pode ter programado o ser humano.

Fernando Thomazi disse...

Ok, desculpe se me expressei mal! Tudo o que existe teve uma causa, "exceto" o Big Bang! Você está desconsiderando o elemento "tempo". Sem que o tempo exista não faz sentido perguntar o que havia "antes", ou "o que causou isso ou aquilo"? Tem um documentário do Stephen Hawking chamado "Deus Criou o Universo?". Foi lá que aprendi tudo o que estou lhe passando! Tive de assistir 2 vezes para entender, mas mais claro do que isso, eu desconheço!

Felipe disse...

Fernando Thomazi, dizer: "Tudo que passou a existir, "exceto" o big bang." é uma desonestidade intelectual ("falácia" do táxi se preferir uma linguagem filosófica), você não pode usar o princípio para chegar até aonde quer e aí o abandonar, como se ele fosse um táxi. Issso é desonestidade intelectual. O fato do tempo ter surgido no Big Bang prova que a causa é atemporal (trancende o tempo), não que o evento (BB) não teve causa. Por que não pode haver causa sem tempo físico?

Fernando Thomazi disse...

Não me parece desonestidade intelectual. Você cristão afirma a mesma coisa em relação ao seu Deus pessoal. Ou seja, tudo o que existe foi criado por Deus, exceto Deus! Não temos muitas escolhas. Ou tudo sempre existiu, ou teve um começo. Segundo a ideia mais corrente, teve um começo e esse começo foi o Big Bang. Se tudo o que existe surgiu com o Big Bang (incluindo o tempo) então, não pode haver um "antes". É absurdo imaginar que "antes" de criar o Big Bang, Deus passou um "tempo" planejando e estudando o "momento" exato de criar o Big Bang. Nenhum evento anterior pode ter "acontecido" pois o tempo não existia para Deus planejar, ou fazer qualquer outra coisa!

Felipe disse...

Olá, Fernando Thomazi! Claro que é uma desonestidsde intelectual, e é exatamente por isso que eu não defendo essa ideia em relação a Deus. O argumento é: "Tudo que passou a existir teve uma causa." A definição padrão de Deus é de um ser "eterno", ele sempre existiu, portanto, não teve uma causa. Deus não necessita de "planejar" criar o universo, Deus já sabia, devido à sua onisciência, que traria o universo à existência desde a eternidade!

Fernando Thomazi disse...

Percebeu o que acabou de dizer,Felipe? Quando você diz que Deus "já sabia" que traria o universo à existência, está propondo um evento anterior ao Big Bang, e não havia "tempo" antes do Big Bang! Deus não poderia "saber" nem fazer nada, antes de o próprio tempo existir! Assunto difícil, esse, hein!? Mas, é o melhor que eu consigo, e estou me baseando o documentário que te passei. Não foi uma conclusão minha, a que cheguei sozinho, mas de todas as hipóteses, é a que melhor explica a origem de tudo.

Fernando Thomazi disse...

Não pode haver dois tipos de tempo. Um tempo para o universo e outro para Deus, independentemente do "nosso" tempo. O tempo é modificável, mas é um só!

Felipe disse...

Fernando, por que não pode haver dois tipos de tempo?; Quando eu disse: "Deus já sabia." quis dizer que Deus, por ser oniciente não possui dúvidas, e não precisa "planejar" evento algum, planejar é processo pelo qual você analisa criticamente a possibilidade de um plano da certo. Isso é algo necessário somente a humanos, não a Deus (um ser onisciente).

Fernando Thomazi disse...

Se você pode imaginar 2 tipos de tempo para dar suporte a existência de um Deus anterior ao Big Bang, então por que não imaginar 3, 4 ou vários tipos de tempo. Isso soa como mera especulação. Se Deus pode existir num tempo "diferente" do nosso, por que não usou o tempo "tempo" apenas para que as coias começassem a existir? Percebe as consequências de ficar especulando novas formas de tempo? Quantas dúvidas suscitam ao invés de responder a questão? Outra coisa, se Deus já sabia a porcaria em que se tornaria sua criação, por que o fez? Por que não tocar um projeto perfeito em que ele sabia também que todos seriam perfeitos, felizes para sempre? Pois entre criar um ambiente que eu já sei que resultará em dor, sofrimento, guerras, injustiças, é óbvio que é muito melhor que nem existamos, é melhor que eu, como Deus, simplesmente não crie nada, isso se eu realmente me importar com essas criaturas. Como alternativa Deus poderia nos ter feito como Ele mesmo, como energias espirituais eternas dotadas da capacidade de ser feliz para sempre, sem a necessidade de criar nada material! Onde está a prova de sabedoria divina? Ao analisar tudo isso, Deus ainda me parece como uma força natural, não pessoal, incapaz de processar conceitos de ética, moral, de ouvir orações, etc.